A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou que o adolescente de 14 anos, apreendido por matar os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, chegou a pesquisar na internet como sacar o FGTS de uma pessoa falecida. A informação foi descoberta durante a análise do celular do jovem, que sabia que o pai tinha aproximadamente R$ 33 mil no fundo.
O triplo homicídio, ocorrido no último sábado (21), chocou a cidade e os próprios investigadores pela frieza e pelo planejamento envolvido. O adolescente confessou os crimes após os corpos das vítimas — o pai, a mãe e o irmão mais novo — serem encontrados dentro de uma cisterna na residência da família, localizada no bairro São Mateus.
Viagem proibida teria motivado o crime
De acordo com a investigação da 143ª Delegacia de Polícia (Itaperuna), o adolescente queria viajar para o Mato Grosso do Sul para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual desde os 8 anos de idade. Eles se conheceram por meio de um jogo online. Os pais, no entanto, não autorizaram a viagem, o que teria motivado o ato.
Inconformado, o adolescente pegou a arma de fogo do pai, atirou nas três vítimas enquanto dormiam e tentou ocultar os corpos. Ainda segundo a polícia, ele chegou a tentar queimar objetos ensanguentados e alterar a cena do crime.
Descoberta e prisão
A situação veio à tona na terça-feira (25), quando a avó do adolescente procurou a delegacia para registrar o desaparecimento da família. Durante a perícia, a polícia encontrou manchas de sangue, roupas queimadas e um forte odor vindo da cisterna. Após a abertura do reservatório, os corpos foram localizados.
Confrontado com as evidências, o jovem confessou os homicídios e a tentativa de ocultação. Ele foi apreendido e responderá por atos infracionais análogos a triplo homicídio e ocultação de cadáver.
Investigação continua
O delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP, afirmou que o crime foi especialmente perturbador.
“É um enredo cabuloso, horrendo, que tirou a vida da própria família, sem qualquer motivação concreta. Inclusive perguntei sobre o irmão, uma criança pura, e ele respondeu que o matou para que não sofresse com a perda dos pais.”
O caso segue sob apuração pela Polícia Civil. Especialistas apontam a necessidade de aprofundar a investigação sobre o estado psicológico do adolescente, que pode passar por avaliação psiquiátrica.